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Foto do escritorJosé Tavares

Reflexões sobre Atenas


 

 Atenas: lugar das ideias e da razão


Gostei de Atenas  das duas vezes que por lá passei, embora numa dessas estadas tenha ficado um pouco mais tempo na cidade. A outra foi uma simples passagem e desenvolveu-se sobretudo em Creta com uma viagem a Santorini que nos mostra outra realidade da história grega e nos ajuda a compreender o que poderá ter acontecido à civilização minoica entre 1750 e 1450 (a. C.) que se encontrava no seu auge e que tinha como centro o palácio de Cnossos, em Iráclio.  Lembro-me de ter sentido muito fundo toda essa realidade, deitado numa pedra de granito em frente das ruínas do palácio a descansar de uma hérnia inguinal que na altura me limitava os movimentos, absorto no silêncio denso daquele local cheio de memórias e apenas perturbado por algumas vozes de visitantes que se ouviam à distância. Recordo-me bem, ainda hoje, daquele sítio como se lá tivesse estado há muito pouco tempo.

Mas a Grécia e Atenas estiveram presentes no meu espírito desde a minha juventude. Era um sonho que só, bastante mais tarde, já como professor universitário, tive oportunidade de realizar na ida a congressos e as poder admirar in loco. Nesses dias, em que estive em Atenas acordava diante da Acrópole e ao fim da tarde podia tomar uma bebida no terraço-bar do hotel com pequenas oliveiras a um quilómetro e meio aproximadamente do Parténon que nos olhava do ponto mais alto da colina. Uma vista e uma paisagem impressionantes com as cores ocre-doiradas do fim de tarde. Lembrei-me das lutas ferozes e sangrentas entre Atenas e Esparta, dos ideais das duas Cidades-Estado e, sobretudo, dos filósofos de Atenas e dos guerreiros de Esparta que a minha memória de há muito tinha ido guardando. Do lado oposto, a uns 200 metros encontravam-se ainda vestígios do antigo jardim de Acádmos onde Platão fundou a velha Academia e onde hoje se ergue a Academia das Ciências em Atenas remetendo-nos, de alguma maneira, para esse passado distante.

Pensei na intuição de base do pensamento grego na busca da origem, da razão primeira das coisas, em Protágoras, Tales de Mileto, Parménides, Heraclito, Pitágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles e de escritores, poetas e historiadores como Homero, Hesíodo, Ésquilo, Eurípedes, Sófocles, Xenofonte, etc., na explicação do mundo e das coisas que cada um deles defendia e lembrei-me também da “clara Grécia” de Camões que conhecera bem as grandes aventuras gregas cantadas por Homero. Clara Grécia, assim a via, Grécia da razão, das ideias lúcidas, apolíneas do céu de Zeus que se configuram sobretudo em Atenas onde se concentravam os mais ilustres sofistas, filósofos, sábios, cientistas, dramaturgos, poetas e historiadores   do tempo em que a Filosofia como amizade da sabedoria era o lugar de encontro da grande maioria dos intelectuais e pensadores do tempo e a Ágora, na Acrópole, o espaço de encontro, de diálogo e de debate.

Mas Atenas, no meu espírito, é muito mais do que isso e configura um lugar por onde corre um dos grandes braços do rio do pensamento, das ideias, da razão, do saber, da filosofia, da cultura, da civilização da humanidade. O outro será o grande braço do rio do sentimento, da vontade, do coração, do fundo mais tumultuoso, subconsciente ou inconsciente, porventura, exprimindo também a dimensão da religiosidade, da ligação do humano ao divino, do misticismo, da crença, e passa, sobretudo, por Jerusalém que consideraremos mais adiante. Neste sentido, Atenas personifica uma das grandes dimensões do ser humano: a mente, a inteligência, a razão, o lógos, o querer explicar e compreender as coisas, a realidade a partir das suas causas mais fundas e primeiras, de uma maneira racional, clara, límpida como o céu grego.  

Trata-se também de um anseio da Humanidade que vem do fundo do tempo, a atravessa e emerge em todos os tempos e se afunda no futuro. É a fome, a curiosidade inscrita na raiz do pensamento do ser humano na ânsia de conhecer, de explicar e compreender tudo o que existe e possa vir a existir e alimenta a razão, as ideias que, de alguma forma, moldam os comportamentos das pessoas, dos povos e das sociedades.

Quando percorremos as grandes linhas da história do pensamento, que se cruzaram e entreteceram na vida e nas ideias dos diferentes povos e suas geografias no decorrer dos tempos, encontramos uma referência a Atenas como um dos seus ícones mais significativos. Não apenas aos seus filósofos mais conhecidos dos séculos V e IV (a.C.), mas também a todos aqueles que os antecederam e se lhe seguiram. Não é possível pensar, por exemplo, em Sócrates, Platão, Aristóteles, sem Tales de Mileto, Parménides, Anaxágoras, Heraclito, Pitágoras nem em Santo Agostinho sem pensar em Platão e Plotino nem em Santo Anselmo, Duns Escoto, Santo Alberto Magno, Santo Tomás de Aquino, Descartes, Kant, Hegel, Einstein, esquecendo Santo Agostinho, Santo Isidoro de Sevilha, etc., que herdaram e continuaram o pensamento anterior, sem passar, de algum modo, por Atenas e os seus filósofos e cientistas. É neste sentido que Atenas detêm um enorme relevo na história das ideias, da cultura e das civilizações.

Quando nos debruçamos, mais em profundidade, sobre a obra de dois grandes atenienses, Platão e Aristóteles, ficamos com uma ideia de tudo o que acontecia à sua volta através de dois olhares distintos, um apontando o céu e outro a terra, e mais, com a convicção que relativamente a realidade que ambos queriam explicar e compreender a partir das suas causas não apenas materiais, formais, eficientes e finais, mas, sobretudo, indagando a suas causas mais profundas e últimas, tudo ficou esgotado, tudo parece ter sido dito e pensado de uma maneira clara e organizada.

Ficamos a saber que, para uns, o princípio era a água, Tales de Mileto, para outros o indeterminado, o ápeiron, Anaximandro de Mileto, o ar, para Anaxímenes de Mileto, a medida, o número, para Pitágoras, a Ideia das Ideias, a Suprema Ideia de Bem para Platão, o Primeiro Motor, para Aristóteles. No fundo, procurava-se a razão, a explicação racional próxima ou última da realidade existente e possível. Efetivamente, com Platão e Aristóteles, parece que, no domínio das ideias, do pensamento, tudo ficou descoberto e dito. Os seus escritos ainda hoje se leem e meditam com muito agrado dada a sua clareza e atualidade. Às vezes, diz-se com graça: está tudo dito pelos gregos. E, de certa forma, ao nível das ideias, do pensamento, hoje, é difícil ser original.

Por isso, ouve-se e diz-se que muito do que pensamos e escrevemos já foi descoberto e apresentado pelos gregos e por outros muitos povos e civilizações que os precederam ou seus contemporâneos. A vantagem que temos é que agora muito do que pensamos, escrevemos e dizemos fazemo-lo com base naquilo que todos esses povos nos deixaram como herança e embora lhe demos novas formas de expressão e aplicação na explicação, compreensão e transformação da realidade. Quem não se lembra da metodologia de Sócrates nos Diálogos de Platão, com base nas estratégias da ironia e da maiêutica, e das obras de Aristóteles no modo de abordar os diferentes assuntos que tratavam com seus os interlocutores a quem se dirigiam, começando por explicar os termos, os conceitos, os juízos em que assentavam os seus raciocínios. A lógica formal moderna ou logística, por exemplo, que abre caminho à grande aventura da ciência da computação dos nossos dias e da inteligência artificial tem na base a análise proposicional e um conjunto de conectores e disjuntores que, de alguma forma, já se encontram na lógica aristotélica. Neste aspeto, parece que não avançamos muito, embora as roupagens, os estilos e as fórmulas matemáticas sejam distintos.  

Sócrates, de quem sabemos muito pouco, mas que é um dos principais interlocutores nos Diálogos de Platão, emerge como um verdadeiro filósofo ou amigo da sabedoria como interlocutor principal nesses diálogos. O seu método da ironia e da maiêutica visava conduzir os seus interlocutores sobre as mais diversas temáticas a reconhecer a sua ignorância completa (ironia) e a dar à luz o verdadeiro conhecimento que levava à explicação e compreensão da realidade. Neste processo, Sócrates revela uma finura e uma delicadeza extraordinária porque ele não pretendia humilhar e deixar os seus adversários em contradição consigo próprios, a não ser no caso dos sofistas, mas o seu grande objetivo era ajudá-los a dar à luz o conhecimento, a verdadeira amizade pelo saber, pela sabedoria. Sabemos que ao longo do tempo, grandes mestres, do pensamento e da ação recorreram a este mesmo processo nas suas apresentações e argumentações.

Aristóteles é outro exemplo de pensador e investigador da realidade que abordou do ponto de vista científico e filosófico os mais variados assuntos nos domínios dos conhecimentos filosóficos, éticos, científicos, educativos e artísticos. Quando lemos as suas obras sobre questões metafísicas, éticas, físicas, químicas, biológicas, psicológicas e sociais, verificamos que uma das suas preocupações é dizer aos leitores o que é que entende com os diferentes termos e conceitos que utiliza na sua argumentação e só depois desenvolve as suas teses e a sua demonstração com base numa lógica indutiva e dedutiva que está na base do raciocínio humano e que atravessou a história do pensamento. Ainda hoje, essa lógica, continua atual simplesmente a sua forma de expressão, a sua roupagem linguística foram acompanhando a evolução do pensamento filosófico, matemático e digital dos números e dos meta-números a que a informática veio abrir novas e extraordinárias possibilidades na abordagem e comunicação da realidade em termos virtuais que hoje informa e agiliza todas as formas de expressão e comunicação. O mundo digital em que nos encontramos graças às tecnologias mais avançadas de que dispomos embora sucedâneas de um mundo analógico que o precedeu em que Atenas está naturalmente presente através dos seus filósofos e cientistas seguir-se-á um novo mundo digital/analógico em que o conceito imagético tornará possível uma nova aproximação à realidade a um outro nível de desenvolvimento. Será um voltar a uma nova Grécia e a uma nova Atenas das ideias e do pensamento claro e límpido do homem do futuro mais sábio e clarividente, porventura, muito promissor.

Mas Atenas não é apenas aquilo que nos foi legado nos escritos e nas falas dos seus filósofos, cientistas, poetas e artistas. É sobretudo um símbolo de uma dimensão do pensamento que esteve e está presente em todos os povos e em todos os tempos e continuará, com certeza, a estar presente no futuro. Trata-se de um dos dois pilares da consciência humana que exprime o desejo de conhecer, explicar e compreender tudo o que há em si e fora de si, mais ou menos misterioso, de um modo racional mais idealista ou realista. E por isso, encontramos Atenas ao longo da história do pensamento na Europa, na África, na Ásia, na América e na Oceânea.

Ainda na Grécia Antiga pelo ano 300 a. C. encontramos a Escola dos Estoicos, fundada por Zenão de Cicio, em Atenas, cujos princípios de vida e atuação são bem conhecidos[1] .

Já no século terceiro da era cristã (205-270) encontramos Plotino considerado um dos maiores filósofos neoplatónicos entre Aristóteles e Santo Agostinho. Professa as ideias platónicas, mas traduzidas num novo contexto cultural e político possibilitado pelo Império de Alexandre, o Grande.

Entre 354 e 636, levantam-se dois grandes vultos da Patrística, Agostinho de Hipona e Isidoro de Sevilha, o filósofo bíblico hermeneuta e o teólogo e enciclopedista que marcaram o seu tempo e tiveram uma forte influência no futuro. Dois grandes luminares que alumiam o seu tempo, os seus contemporâneos e seguidores não só com a luz de Atenas, mas também com a fé de Jerusalém, como explicitarei mais adiante. Afinal a “idade das trevas” tinha bastante luz só que era uma luz diferente das luzes que irão predominar em épocas posteriores em que a razão, porventura, tenderá a calar a voz do coração, da fé e das crenças esquecendo, que na verdade, o coração tem razões que a razão desconhece, mas que nem por isso poderá deixar de reconhecer e, porventura, abrir-se à fé, à crença, acreditar. 

Atenas reflete-se também em Avicena e Averróis, de certo modo, precursores da Escolástica em que emergem Santo Alberto Magno, São Tomás de Aquino, Duns Escoto, São Boaventura, Santo António de Lisboa e muitos outros. Na renascença e idade moderna poderíamos lembrar, apenas a título de exemplo, Martinho Lutero, Francisco Sanches, René Descartes que, de certa forma, divinizam a razão, as ideias claras e distintas, abrindo caminho as diferentes formas de racionalismo e idealismo em que destacaríamos a filosofia de Kant e Hegel, embora um certo voluntarismo mais subterrâneo continue presente e que se exprimirá em força com Schopenhauer e em diferentes formas de romantismo e existencialismo em que vem ao de cima o fundo mais o subconsciente e inconsciente do humano e uma maior abertura à subjetividade. Nestes saltos de gigante, no espaço e no tempo, encontramos uma mesma linha de continuidade, que Atenas simboliza, em que a razão, as ideias, o digital, estão subjacentes a todas as tentativas de dizer, explicar e compreender a realidade pelas suas causas próximas ou últimas e assumem primacial importância.    

Evitei perder-me em lugares, datas, biografias dos protagonistas e análises filosóficas ou teológicas porque não pretendo fazer uma arqueologia ou história do pensamento, mas tão só tentar indicar por onde, aos meus olhos, passou no decorrer do tempo a explicação e compreensão da realidade das coisas, do homem e do divino que no fundo constitui o objeto de todo o conhecimento científico, filosófico e teológico. E é fácil constatar que, de uma forma ou de outra, Atenas está sempre presente nesse esforço como uma referência maior, um símbolo, grande farol da Humanidade em que a razão predomina sobre o coração, os afetos, os desejos, as crenças, a fé num Deus Criador, Eterno e Infinito que se foi revelando ao logo do tempo e se revela através das mais diversas formas.

Atenas representa e continuará a representar, de alguma forma, o mundo das ideias, da razão, do número, da medida, da lógica da representação, dos racionalismos, dos idealismos, da era do digital dos nossos dias, da programação, dos meta-números, dos algoritmos que animam a inteligência artificial e a robótica e até certos tipos de voluntarismo que tornaram possíveis as mais avançadas formas de comunicação e as tecnologias de  maior alcance e transformação, em todas as áreas da ação humana, conducentes ao desenvolvimento das sociedades e, porventura, da sua própria destruição como a ameaça que está infelizmente patente, nos nossos dias, sobretudo, com a guerra da invasão da Ucrânia pela Rússia a maior potência nuclear. As realizações mais elevadas e nobres podem tornar-se nas mais baixas e vis se as ideias e o fundo mais equilibrado e o bom senso humanos não prevalecerem. Por exemplo, conquistas da inteligência humana levadas a cabo por Einstein e muitos outros cientistas, podem tornar-se num grande pesadelo para o mundo como aconteceu no passado e poderá vir a acontecer nossos dias. Hoje, o terror atómico é um facto, e a espada de Democles está muito ameaçadora sobre o progresso espantoso a que estamos a assistir e a usufruir, bem como sobre a própria Humanidade.  

Por isso a representação lógica que, de certa forma, Atenas simboliza, acaba também por violentar, ocultar a própria realidade que pretende explicar e compreender de uma maneira clara e distinta. No fundo, o mundo das ideias, do pensamento, da linguagem, do discurso é um manto colocado sobre a própria realidade para a tentar revelar, ocultando-a.  Sabemos que as palavras que exprimem conceitos, ideias acabam por cobrir ou ocultar a realidade das coisas, dos acontecimentos, das relações e das ações em vez de as revelar. Tive a oportunidade de estudar e investigar com alguma profundidade, na minha tese de licenciatura (memoire), na Universidade Católica de Lovaina, em 1974, com o título La Violence de la Réprésentation chez Emmanuel Levinas, com um outro olhar sobre aquilo que designamos como mundo real e a conclusão a que cheguei apoiada em filósofos de reconhecido mérito nessas temáticas, foi de que a razão, a representação gnosiológica da realidade efetivamente em lugar de descobrir, de revelar a realidade, a ocultava. Ou seja, o discurso constituído de termos, conceitos, proposições, juízos e raciocínios que o texto linguístico corporiza, afinal é uma cobertura que se coloca sobre a realidade, uma espécie “testo” com que se fecha o que se encontra dentro de um tacho ou tampa de um recipiente qualquer. Uma vez colocado o testo ou a tampa deixa de se ver tudo o que está dentro, muito menos que as sombras do mundo projetado no fundo da caverna de Platão onde se podia descortinar alguma coisa.

Na representação da realidade ao nível da imagem, das ideias e dos conceitos quando dizemos, por exemplo, “bola” podemos representá-la através da sua imagem concreta “esta bola” ou da sua ideia, do seu conceito “bola” que representa todas as bolas existentes e possíveis pequenas e grandes, coloridas ou não coloridas deste ou daquele material, mas nada mais para além desse universo bem definido e fechado, o mesmo de que Hegel lançou mão para arquitetar o seu modelo idealista para explicar o mundo, o homem e o Próprio Deus. Todos os seus componentes são explicados e compreendidos uns em relação aos outros dentro de um universo fechado. Mas a bola pode ser muito mais do que isso: um objeto, coisa, um utensílio, um existente, uma possibilidade de vir a ser, etc. Ou seja, a bola é muito mais que a imagem ou a ideia que a representam de uma maneira concreta ou abstrata. Por isso, quando damos nomes a objetos ou coisas, ou as concebemos, definimos ou afirmamos e raciocinamos sobre elas, de alguma maneira estamos a violentar a realidade que lhe está subjacente que, no fundo, não é assim, nem é penas isso. Mas algo que escapa ao próprio pensamento deixando apenas a presença da sua ausência como experienciação fundamental do humano na sua desnudez, como diria Levinas.   

Na linha de pensamento de Atenas, que se foi metamorfoseando no decorrer dos tempos e nas diferentes correntes de matriz racionalista ou idealista e até mesmo no realismo e no cientismo, a representação lógica reveste formas de violência da realidade no sentido de a ocultar em lugar de a revelar. A palavra, o conceito, a ideia, ao representar recorta, limita, encobre.  Mas o pior não é essa limitação conceptual, mas uma certa arrogância intelectual que se vai instalando que leva a negar o fundo, o mistério da própria realidade que nos liga ao SER e à Exterioridade/Interioridade de Alguém que interpela o ser humano em tudo aquilo que existe e possa vir a existir. São as diferentes expressões de agnosticismo, materialismo e ateísmo com que, sobretudo, o homem moderno e contemporâneo encontrou para satisfazer a sua fome de autossuficiência idealista e racionalista. A inteligência e a razão humanas não se afirmam fechando-se mas abrindo-se ao Ser, ao mistério que se esconde por trás e no fundo de tudo o que existe e possa vir a existir em que o tempo não é apenas Krónos, mas Kairós em que o antes, o durante e o amanhã se unem no sempre do SER que não  pode não ser nem ser mais nem menos pois é eterno e infinitamente autosuficiente e igual a si próprio.

A dimensão digital do conhecimento tem de abrir-se na dinâmica dialógica e interativa analógico-digital e digital-analógica. É por aí que a realidade se abre em mistério e a verdade é alêtheia no sentido de que ao revelar esconde, oculta. Esta abertura poderá encontrar-se não tanto do lado de Atenas, mas, sobretudo, de Jerusalém, a outra cidade que, de certa forma, é uma janela que nos permite e nos desafia para uma outra visão do mundo, da realidade em que o passado, presente e o futuro se unem no sempre de um Deus Eterno, Onipotente, Omnisciente, Bom, Justo e Misericordioso que cuida com Amor Infinito de tudo e de todos. Mas esta é a outra visão que, de certa forma, nos remete para outra cidade, Jerusalém.


·       A virtude é o único bem e caminho para a felicidade

·       A pessoa deve sempre priorizar o conhecimento e o agir com a razão;

·       prazer é um inimigo do sábio;

·       universo é governado por uma razão universal natural e divina;

·       As atitudes têm mais valor que as palavras, ou seja, o que é feito tem mais importância do que é dito;

·       Os sentimentos externos tornam o ser humano um ser irracional e não imparcial;

·       Não se deve perguntar porque algo aconteceu na sua vida e sim, aceitar sem reclamar, focando apenas no que pode ser modificado e controlado naquela situação;

·       Agir de forma prudente e assumir a responsabilidade sobre os seus atos;

·       Tudo ao nosso redor acontece de acordo com uma lei de causa e efeito;

·       A vida e as circunstâncias não são idealizadas. O indivíduo precisa conviver e aceitar a sua vida da forma que ela é.

 

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